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segunda-feira, 24 de março de 2014

De CEDERE ao município das grandes exportações, assim está Canaã dos Carajás.



Numa relação incestuosa, em que a Vale casou-se com Parauapebas e deu origem a Canaã dos Carajás, o município caminha para ser a esposa oficial da mineradora, ao passo que a "Capital do Minério" passará à condição de amante até tornar-se a mulher abandonada, com a inevitável exaustão das minas, pelo andar da carruagem – carruagem esta em que, aliás, Canaã já se assenta no banco mais confortável do carona rumo ao altar do casamento, por ser o centro receptor do maior investimento da história da mineração mundial: o projeto S11D, com seus cerca de US$ 19,5 bilhões injetados para erguer mina, usina, aeroporto, ramal ferroviário para fazer o minério chegar à Estrada de Ferro Carajás (EFC), cujos trilhos serão duplicados.

Quando todo esse investimento colossal for transformado em logística e operação, Canaã dos Carajás (leia-se: a Vale) faturará como nunca.


Hoje, o município tem 31 mil habitantes. No start-up de S11D, nos próximos 36 meses, a projeção é de que esteja com 50 mil – basta andar pela sede urbana para perceber como ela se esparrama desesperada e loucamente, via loteamentos e invasões, pelos quatro pontos cardeais.


No primeiro bimestre deste ano, Canaã exportou US$ 100.807.992 em minério de cobre do projeto Sossego. Se, hoje, o S11D estivesse em operação com a capacidade total prevista, de extrair 90 milhões de toneladas por ano (Mtpa) de minério de ferro, Canaã seria o 2º maior exportador do Brasil – poucos dólares atrás de Parauapebas – com uma contribuição de US$ 1,4 bilhão à balança e, potencialmente, na condição de, também, o 2º maior superavitário do Brasil. 


Se nada atrapalhar o cronograma de implantação e operação do projeto S11D, será apenas questão de tempo – no máximo, três anos – para o município chegar a esse posto.



Com informações do site de Pesquisas Acadêmicas.

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